sexta-feira, março 29, 2024
POLÍCIA

Ameaças feitas por estudante de escola de Domingos Martins deixam pais apavorados

Texto e fotos: Sidney Dalvi/Montanhas Capixabas

Na manhã desta quinta-feira (27), uma mensagem divulgada em redes sociais levou preocupação a pais, alunos e o corpo docente da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Teófilo Paulino, localizada no Centro de Domingos Martins. As Polícias Militar e Civil foram acionadas para que pudessem garantir a segurança de todos na escola.

Nas redes sociais, a informação era de que a suposta ameaça teria sido escrita numa prova por um aluno, informação que não foi confirmada pela diretora da Escola, Delfina Scheneider Stein. “O aluno disse ontem (26) para outros colegas de sala que mataria todo mundo da escola no dia seguinte”, afirmou a diretora, que desde a tarde de ontem vem lidando com essa situação.

A providência tomada pela coordenadora de turno, Hudylene Santa Clara, foi a de entrar em contato com os pais do aluno acusado pelas ameaças e solicitar que os mesmos estivessem hoje na escola. “Entramos em contato com pais e solicitamos a presença deles, uma vez que se tratava de um caso delicado”, relatou a coordenadora.

A reportagem do Portal Montanhas Capixabas chegou ao local por volta das 11 horas da manhã de hoje e já se via a presença da Polícia Militar do lado de fora da escola, assim como a presença de pais e responsáveis de alunos. Com o passar do tempo, mais pais chegavam à escola, pois o aluno em questão estudava no período vespertino.

Alguns alunos relataram que o colega que teria feito a suposta ameaça tinha um comportamento mais solitário, quieto e que cursava o 6º ano, embora tivesse 17 anos de idade. Porém, como recentes incidentes dessa natureza têm ocorrido no Brasil e no mundo – como o caso da escola de Suzano, em São Paulo, quando um estudante matou colegas e professores – a ameaça gerou inquietação para quase toda a comunidade escolar.

A mãe de um aluno, que não quis se identificar, disse que tomou ciência da situação através do WhatsApp. “A gente fica com medo e apreensiva e a escola tem que ter uma posição pra gente a respeito disso”, argumentou a responsável. Outra mãe, que também não quis se identificar, se mostrou bastante preocupada: “A gente pensa que na escola está tudo tranquilo, mas a gente vê tanta coisa acontecendo que deixa a gente desesperada”, disse.

Pais do aluno comparecem à escola

Os responsáveis pelo estudante acusado de ter feito as ameaças estiveram na escola, mas não levaram o menino e permaneceram em reunião com o corpo docente por mais de uma hora, com as portas fechadas. O primeiro a sair da reunião foi o padrasto do adolescente, que se mostrou triste com todo o ocorrido, pois o enteado teve a sua imagem exposta. Ele afirmou que o menino faz tratamento psicológico e defende a imagem do menor. “Ele é um menino bonzinho, tadinho… Ele tem surto psicótico e agora ele está sofrendo bullying”, comentou o padrasto. Os pais pediram a transferência do jovem da escola.

Por volta das 14h, pais, responsáveis e a equipe de reportagem foram chamados para uma reunião, presidida pela diretora, pela coordenadora de turno e por membro do Conselho da Escola, Luiza Bremenkamp Herzog, que disse que o adolescente em questão sofria de um transtorno psicótico chamado esquizofrenia – transtorno que causa delírios e alucinações – diagnosticado por um especialista da área.

Porém, na manhã de hoje, a diretora entrou em contato com o Conselho Tutelar de Domingos Martins e obteve a resposta de que os responsáveis pelo órgão estariam atendendo uma demanda em Pedra Azul. Quando a reunião já havia acabado, os representantes do Conselho Tutelar chegaram e foram muito questionados acerca da ausência do órgão num momento como aquele.

A conselheira tutelar Sônia Maria Schwanz explicou que o Conselho Tutelar não atende a esses tipos de caso por se tratar de uma ameaça. “Se existe uma ameaça, isso é caso de polícia e não para o Conselho Tutelar”, afirmou Sônia. Ela ainda complementou a informação dizendo que deveriam existir cinco pessoas trabalhando do órgão, mas atualmente apenas três estão atuando, o que segundo ela, dificulta muito o trabalho.


 

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