sexta-feira, abril 19, 2024
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Perda de habitat faz lobo-guará chegar ao Espírito Santo

Foto: Divulgação

Um dos principais símbolos do cerrado brasileiro, o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) já habita o Espírito Santo bem antes de virar símbolo da cédula mais valiosa no Brasil. Alguns animais já foram vistos em unidades de conservação do sul do Estado e o primeiro registro foi, segundo o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), em 2003, no município de Afonso Cláudio.

Por ser característico do cerrado, o lobo-guara é uma espécie invasora para o bioma Mata Atlântica e tem sido localizado com certa frequência, há poucos anos, nos municípios do sul do Espírito Santo, como Presidente Kennedy, Cachoeiro de Itapemirim, Itapemirim, Alegre e Região do Caparaó.

“Há pelo menos cinco anos que ouço pessoas comentarem sobre a existência do lobo-guará no Estado. Pelo que parece, devido ao desmatamento do cerrado, ele chegou ao Espírito Santo por meio do Estado de Minas Gerais, adentrando pela região do Caparaó, expandindo o território para outros municípios do sul do Estado. É um animal que está expandindo território, pois tem sido alvo constante de produtores rurais e viu seu território ser tomado pelo agronegócio. Assim, está saindo do ambiente dele, o cerrado, pampas e campos sulinos para habitar outros ambientes”, explica o biólogo Helimar Rabello, especialista em Gestão Ambiental e Agroecologia, mestre em engenharia sanitária e ambiental. O mesmo fato se deu com as siriemas, que também têm origem no cerrado, mas chegaram até o Espírito Santo afugentadas pelo desmatamento do habitar natural.

Ele conta que três lobos-guarás já foram encontrados mortos devido a atropelamentos no Caparaó, em Presidente Kennedy, e no município de Itapemirim. “Ele tem sido muito visto na região da usina Paineiras, em Itapemirim. A região, para o lobo-guará, pode ser entendida como um grande cerrado, pois não há mais mata. Em Presidente Kennedy, tem sido visto pelos quintais de algumas casas, perto da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Mata do Macuco, reconhecida pelo Iema”, informa.

Com informações do Governo ES

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