Presidente da EDP foge do debate e não comparece na comissão que investiga denúncias contra a concessionária
Texto: Montanhas Capixabas / Foto: Divulgação
O Diretor Presidente da EDP, João Brito Martins, foi convocado para a reunião da Comissão de Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa do Espírito Santo, mas não compareceu e nem enviou representante da empresa para prestar esclarecimentos sobre o novo laudo da Polícia Civil, que aponta várias irregularidades cometidas pela EDP/Escelsa contra os consumidores capixabas.
Através de nota, envida por sua assessoria, João Brito justifica não acatar a convocação por dois motivos: a convocação de uma empresa privada não está prevista na constituição do Estado do Espírito Santo (de acordo com o art. 34 XI e XII do regimento interno e art. 60, III e IV da constituição do Estado do Espírito Santo) e a EDP não pode se manifestar sobre os mencionados laudos do instituto de criminalística da Polícia Civil porque são de caráter sigiloso (conforme artigo 20 do código do processo penal).
“A EDP faz um jogo de, quando é bom para a empresa, ela vira uma concessão federal. Quando não é bom, vira uma empresa privada. É brincadeira! Isso só me leva a crer ainda mais que a EDP tem muita culpa no cartório. Estava totalmente preparado para falar sobre as normas que estão desrespeitando, as fraudes que estão cometendo, mas infelizmente a EDP corre mais uma vez do debate. Vale lembrar que o não comparecimento a uma convocação pode acarretar em uma condução coercitiva”, disse o deputado estadual Vandinho Leite.
O parlamentar destacou ainda, que todas as denúncias e laudos já foram enviados para o Ministério Público do ES e que na próxima semana enviará também para a Polícia Federal, por entender que a EDP é uma concessão federal que atua em outros estados. Além disso, também prepara uma forte representação contra a empresa junto a Aneel.
O que dizem os laudos da Polícia Civil
A troca de cabos de cobre por cabos de alumínio, que são mais baratos para a concessionária, faz com que os mesmos aqueçam e isso traz perdas, essas perdas resultam no aumento nas contas de energia. O tamanho dos cabos também foi alterado, de vinte e cinco milímetros para dezesseis milímetros. O cabo de alumínio mais fino esquenta mais e pode causar incêndios em áreas populosas, podendo ser considerado uma bomba relógio instalada nas casas dos capixabas.
Outra reclamação é o Sistema BTZero. “Os relógios são colocados em postes, ou seja, não ficam mais nas residências, o que gera vários problemas. Esse é um sistema de telemedição, que se deferência do sistema tradicional, pois quanto mais distante a casa for do poste, mais perda e mais se paga”, disse o deputado.