Vacinação em massa só no segundo semestre, diz secretário de saúde
Com a segunda onda da pandemia em ascensão no estado e com capacidade de alcançar novamente os municípios do interior, uma das palestra mais aguardadas na tarde desta segunda (21), no Seminário Novos Gestores, foi a do secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes.
Texto: Comunicação Amunes/Foto: Divulgação
Segundo Fernandes, vivemos uma aceleração de casos e óbitos, caracterizando uma segunda onda, entretanto existem alguns sinais de estabilização da curva. “Pode ser que no final de janeiro e início de fevereiro comece a cair. Mas nas primeiras semanas de janeiro ainda continuará a subir”, explicou.
O secretário completou que o comportamento da pandemia é assimétrico e vai alcançar todos os estados novamente. Para ele esse contexto exige respostas efetivas, já que a vacinação em massa deve ficar para o segundo semestre.
“Nesse momento não temos vacina disponíveis. Os países que investiram na ciência já estão vacinando. No Brasil, a expectativa de vacinação para a maior parte da população deve acontecer em julho. Até lá serão os grupos prioritários. E não vamos autorizar Carnaval e grandes eventos no primeiro semestre”, informou.
Fernandes orientou que, para enfrentar a pandemia, os prefeitos criem um centro de comando, liderado pelo próprio prefeito, de onde se faça a coordenação, monitoramento e sejam tomadas as decisões. Acrescentou que é preciso disciplina de estar semanalmente com o grupo desse centro de comando e traçar as estratégias.
O monitoramento deve ser feito por meio do Mapa de Risco que é atualizado regularmente com dados de todos os municípios seguindo uma metodologia e uma estratégia para tomada de decisões.
“Os prefeitos devem criar os centros de acompanhamento com profissionais da área e utilizar o Mapa como critério para tomadas de decisão. E os gestores da equipe devem cuidar para que o seu município esteja sempre atualizado, pois a cidade pode mudar o grau de risco por não ter sido alimentado corretamente”, destacou.
Ações prioritárias em 2021
Passado quase dez meses do início da pandemia e com a suspensão das cirurgias eletivas (que podem ser agendadas), também com a chegada do verão que traz outras doenças como a dengue, o secretário alertou que uma nova sobrecarga deve recair sobre os sistema de saúde. Fernandes ressaltou que, por isso também, é preciso estar preparado para o início da gestão.
O secretário afirmou ainda que, depois dos óbitos, a segunda maior pressão da pandemia foi a necessidade de fechar as escolas. “Nós reconhecemos que com protocolos bem definidos, maduros, é possível retomar as atividades das escolas tanto da Educação Fundamental, Educação Infantil, o Ensino Médio e nível superior de acordo com o grau de risco de cada município com os protocolos. Vamos construir junto com os prefeitos como ao longo de 2021 retomar as atividades presenciais.”, afirmou.
Outra orientação repassada pelo secretário foi a necessidade de mobilizar a sociedade e fazer parcerias com as associações comercias, dialogar com os religiosos, e demais entidades civis organizadas para facilitar a implementação das medidas de enfrentamento.
A vacinação, prevista para o início de fevereiro para os grupos prioritários, deve ser organizada pelo município, para isso é preciso contar com gestores capacitados. “A Secretaria já comprou sete milhões de seringas e temos que estar prontos para implantar o programa, estar com equipamentos de proteção individual e prevenir até mesmo a possibilidade de roubo”, afirmou.
Para fechar, Fernandes deixou a mensagem de que a covid-19 não vai desaparecer, será controlada ao longo dos anos e, com a vacinação, pode virar uma doença leve.