quinta-feira, novembro 14, 2024
POLÍCIA

Após filhos serem assassinados, mães ajudam na investigação

Marlene Pagotto perdeu o filho Leonardo em novembro de 2016 (Foto: Acervo Familiar)

Na busca por justiça e sem ter respostas sobre o que possa ter ocorrido, mães que tiveram seus filhos assassinados no Estado estão indo a campo investigar por conta própria a morte deles.

Algumas delas chegam a levar as provas até a delegacia, com objetivo de ver o assassino os filhos atrás das grades.

Foi o que aconteceu com a microempresária Marlene Pagotto de Souza Lima, de 59 anos, mãe do mecânico de motos Leonardo de Souza Lima, de 22 anos, encontrado morto em novembro de 2016 em uma pedreira em Afonso Cláudio, na região serrana do Estado.

Segundo Marlene, durante as investigações do caso, feitas pela Polícia Civil, ela chegou a percorrer toda a cidade em busca de informações sobre o que poderia ter acontecido com o filho.

“Juntei provas, testemunhas. Conversei com várias pessoas. Fui na cara e na coragem e descobri que meu filho foi assassinado, mas a polícia fechou o inquérito. afirmando que ele sofreu um acidente”, afirma a microempresária.

O procurador de Justiça do Ministério Público do Espírito Santo, Sócrates de Souza, afirma que muitos familiares procuram não só a polícia, mas também o MPES para passar informações apuradas por eles que, em muitos dos casos, acabam norteando os órgãos para conclusão dos autores do crime.

“Eles sempre trazem informações, dizendo, inclusive, qual o melhor caminho a ser seguido. É claro que nesses casos de homicídios muitos pedem sigilo, até porque sabem que se o criminoso matou um, para ele não custa nada matar outro”, explica.

Para a polícia, a ajuda é sempre bem-vinda, uma vez que as informações prestadas pela família contribuem para a conclusão do inquérito de forma mais rápida.

“Geralmente as famílias sabem quem foi o autor do homicídio. Quando temos essa ajuda é muito importante para o inquérito, mas também entendemos quando eles não falam o que sabem, devido ao medo que sentem de serem mortos”, explica o titular da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vitória, delegado Marcelo Cavalcanti.

 

CASO NARCOT

Um mês morando na rua

Maria das Graças Narcot (Foto: Kadidja Fernandes/AT)

Há praticamente 22 anos, a pensionista Maria das Graças Narcot chora com a mesma intensidade que chorou ao ver o corpo do filho Pedro Narcot caído no centro de Vitória. A busca por justiça foi tão grande que Maria chegou a morar um mês na rua para descobrir detalhes do crime que matou Pedro.

“Ficava junto com os moradores de rua, fazendo perguntas. Usava roupas bem simples e não me arrependo”, conta a pensionista.

O esforço a fez reunir provas contra quatro policiais militares. Um deles foi condenado há 18 anos de reclusão.

Fonte: Redação FV

 

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