Afonsoclaudenses pedem o fim do Abuso Sexual contra crianças e adolescentes

Foi linda e emocionante a participação de centenas de crianças e adultos no evento alusivo ao 18 de Maio, Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes. 18 de Maio de 1976, há 46 anos, os capixabas choraram a morte cruel da menina Araceli. Antes de morrer ela foi cruelmente drogada, espancada e estuprada. Os agressores foram descobertos, mas NÃO foram punidos.
O CREAS de Afonso Cláudio se junta aos milhões de brasileiros que pedem o fim do abuso contra crianças e adolescente. A Lei Federal criada no ano 2000 instituiu o dia 18 de maio como o dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes. Em Afonso Cláudio, o dia foi lembrado na manhã da última sexta-feira (24), com uma grande participação popular.
A coordenadora do CREAS Noêmia Broedel Kuster, e o coordenador social Marcelo Jan, tiveram o apoio de escolas, Casa do Menino, CRAS, Conselho Tutelar, APAE, Centro de Convivência e da Secretaria de Assistência Social e Educação. A multidão saiu em passeata da Praça da Independência em frente à prefeitura municipal, passando pelas principais ruas da cidade seguindo até a Praça Aderbal Galvão, recebendo atenção de quem chegava às janelas de suas casas e de quem passava pelas ruas.

Foi realizado um cortejo saindo da Praça até o cemitério São João Batista. “O traslado com o caixão foi em alusão à dor das vítimas de violência e exploração sexual. É necessário sensibilizar as pessoas, mostrar a elas que quando uma criança é abusada sexualmente, ela morre física e psicologicamente,” disse o coordenador social, Marcelo Jan.
No centro da cidade, coordenadores e convidados relataram sobre os casos e suas consequências. Afonso Cláudio foi lembrado, já que em 2018 houve registros de abusos sexuais com resultados dramáticos para algumas famílias. Noêmia Kuster relatou que o CREAS possui uma equipe formada por dois psicólogos, dois assistentes sociais e um educador social. A equipe atende especificamente a demanda de violência.
“Trabalhamos com a violência contra a mulher (Lei Maria da Penha), Violência contra o idoso (Negligência, maus tratos, violência físicas ou psicológicas), violência contra crianças e adolescentes (Maus tratos, negligência, violência física, maus tratos ou psicológicas). Nossa equipe está estruturada para atender 50 casos sistematicamente. Infelizmente temos uma média de 210 casos e quando conseguimos resolver alguns, aparecem outros,” afirmou a coordenadora.
A coordenadora falou também dos números de abuso de crianças e adolescentes no município. Relatou que ano passado foi comprovado 17 casos. Outros 45 casos ainda estão em fase de averiguação. “Geralmente os casos de abusos contra as crianças ocorrem por pessoas próximas às crianças dentro do ambiente familiar e com vizinhos. As vítimas de abuso em quase todos os casos acabam em depressão, comprometendo seu futuro de um modo geral,” concluiu Noêmia Kuster.