quinta-feira, novembro 21, 2024
Siegmund Berger

Opinando: Continua o embate entre o Presidente da Câmara de Deputados Rodrigo Maia e o Presidente Bolsonaro

Continua o embate entre o Presidente da Câmara de Deputados Rodrigo Maia e o Presidente Bolsonaro. Com um aceno de trégua há poucos dias, parece que as manifestações do dia 26 de maio causaram desconforto novamente entre os poderes. Essas manifestações tiveram o apoio do Presidente da República, na intenção de mostrar que, mesmo estando em baixa nas pesquisas de opinião a respeito de seu governo, o prestígio popular ainda está aceso. Pelo que tudo indica, justamente estas manifestações com pronunciamentos contra a Câmara dos Deputados, Senado Federal e Superior Tribunal de Justiça, o STF, fizeram com que Rodrigo Maia se manifestasse dizendo que: “Com Bolsonaro, Brasil caminha rapidamente para o “colapso social. Falta uma agenda de governança””, conforme aponta a Revista FORUM. Nessa fala, o Presidente da Câmara mostra que a sua relação com Bolsonaro continua truncada. Vai mais adiante dizendo que a Reforma da Previdência, que é apontada pelo Governo como resposta para todos os males do país, não vai resolver nada por si só. Alfinetou ainda mais ao afirmar que:  “Para onde a gente está indo não é bom. A gente precisa que cada um, com sua atribuição, colabore, principalmente o Executivo e Legislativo, para construir pautas além da Previdência, para que a gente possa cuidar desses brasileiros que estão cada vez mais em uma situação que eu tenho chamado de colapso social. Estamos caminhando de forma muito rápida para esse colapso social”, disse. Com relação às manifestações ocorridas em defesa de Bolsonaro, disse que “foi uma manifestação basicamente do governo atacando àqueles que podem ajudar a agenda do próprio governo”.

Além dessas afirmações,  o que também foi bastante comentado nas redes sociais, foi uma pesquisa elaborada pelo Monitor do Debate Político divulgada na segunda-feira dia 27 de maio. Ela aponta dados interessantes, mesmo que sejam apenas das manifestações da Avenida Paulista em São Paulo. Afirma que a maioria dos manifestantes da Paulista majoritariamente (65%) foi composta por homens brancos com mais de 35 anos e tem a Record como veículo que mais confia. Outro ponto de destaque na pesquisa é a falta de confiança dos manifestantes na imprensa e a ojeriza à Globo. 98% disseram que não confiam na emissora da família Marinho e 95% não confiam na Folha de S. Paulo. O veículo em que os manifestantes mais confiam é a Record (63%), emissora cujo dono é o bispo Edir Macedo, apoiador declarado de Bolsonaro. Outro veículo de prestígio entre os manifestantes é o site República de Curitiba (44% dizem confiar).

Em todo caso, é necessário dizer que quando os poderes se atacam, fere a democracia, não constrói algo novo. Principalmente num momento econômico onde o IBGE aponta a queda de 0,2% do Produto Interno Bruto  no 1º trimestre.  Apesar do impacto negativo dos dados divulgados, o Governo, por ora, evita admitir que o país esteja à beira de nova recessão. A determinação para a equipe econômica é destravar a execução do pacote de medidas, amarrado ‘em estudo’ desde abril, para tentar alavancar a economia e incentivar a indústria, reduzir custos de empresas, gerar empregos e promover mudanças regulatórias no mercado.

Bem, é o que esperamos, porque trabalhamos cinco meses para pagar nossos impostos e ainda viver à míngua como estamos há bastante tempo, basta.

Siegmund Berger

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