quinta-feira, novembro 21, 2024
COLUNISTASSiegmund Berger

OPINANDO: A política continua quente, mesmo com as férias do poder legislativo

A política continua quente, mesmo com as férias do poder legislativo. Os deputados Federais, Senadores, Deputados Estaduais e Vereadores estão de férias. Alguns tem férias merecidas, outros …………….. você sabe, não fazem jus ao dinheiro que ganham de nossos Impostos.

Mas três polêmicas  aconteceram nos últimos dias. Duas do Presidente Bolsonaro que quer indicar o Filho para ser embaixador nos Estados Unidos e o Presidente afirmou ainda que não existe fome no Brasil. A outra polêmica aconteceu aqui no nosso Estado. Nossa Assembleia Legislativa aprovou décimo terceiro para ticket alimentação de cargos do Ministério Público. O valor será de R$1.200,00 por mês. Isso significa que apenas o ticket refeição do Ministério Público do Estado do Espírito Santo é maior do que o salário de 11,3% de toda a população capixaba.( https://www.gazetaonline.com.br/noticias/politica/2019/07/so-governo-do-es-paga-13-de-auxilio-alimentacao-mpes-quer-tambem-1014190031.html). Nunca vi isso em toda minha vida. Enquanto muitas pessoas passam necessidade no Brasil, o Ministério Público quer receber auxílio alimentação por treze meses no ano, isso ainda com o aval da nossa Assembleia Legislativa. Devem ganhar muito pouco para ter que pedir auxílio alimentação e ainda por treze meses.

Mas voltando à primeira polêmica, em transmissão ao vivo no Facebook nesta quinta-feira, dia 18, o presidente Jair Bolsonaro voltou a dizer que pretende indicar o deputado federal Eduardo Bolsonaro, um de seus filhos, para a embaixada do Brasil nos EUA.

Durante a transmissão, Bolsonaro afirmou: “Lógico, que é filho meu, pretendo beneficiar filho meu, sim. Pretendo, se puder, dar filé mignon, eu dou, mas não tem nada a ver com filé mignon, nada a ver, é realmente, nós aprofundarmos um relacionamento com um país que é a maior potência econômica e militar do mundo”.

É, para quem foi eleito pela ampla maioria do povo brasileiro e dizendo que queria mudanças políticas de fato e defender um filé mignon para seu filho, nos parece meio estranho não é mesmo ? Se defendesse que todos os brasileiros e brasileiras tivessem a chance de comer um filé mignon e seu filho estivesse incluído, é evidente que todos apoiariam. Essa seria uma postura de um governante, de um líder de fato. Parece que a velha política de ganhar o poder para se dar bem continua em alta em nosso país.

A outra polêmica é com relação à questão da fome no Brasil. Após ser questionado por uma jornalista do El País, Bolsonaro destacou a fertilidade do solo brasileiro. Ademais, exaltou a riqueza de peixes, citando que é possível retirar de 10 a 15 toneladas de tilápia por ano em um hectare de lâmina d’água.

“O Brasil é um país rico para praticamente qualquer plantio. Fora que passar fome no Brasil é uma grande mentira. Passa-se mal, não come bem, aí eu concordo. Agora, passar fome, não. Você não vê gente, mesmo pobre, pelas ruas, com físico esquelético, como a gente vê em alguns outros países pelo mundo. […] Falar que se passa fome no Brasil é um discurso de populista tentando ganhar a simpatia popular. Nada mais além disso”, afirmou Bolsonaro.( https://www.terra.com.br/noticias/brasil/passar-fome-no-brasil-e-uma-grande-mentira-diz-bolsonaro,788032e017b391ab10802650a51f7ec0so0jmrfi.html)

No entanto, de acordo com um relatório recente da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), a desnutrição voltou a crescer no Brasil entre 2015 e 2017. Segundo o estudo, a desnutrição atinge 5,2 milhões de brasileiros. No triênio anterior, o problema atingia 5,1 milhões de pessoas. (http://www.fao.org/3/ca5162es/ca5162es.pdf)

Além disso, no fim de 2017, a FAO alertou para o risco do Brasil voltar para o “Mapa da Fome Mundial”, do qual não faz parte desde 2014. Isso porque, segundo a entidade, o Brasil tem 7 milhões de pessoas extremamente pobres que não recebem qualquer tipo de assistência, evidencia o mesmo relatório.

Sabemos que a FAO é uma organização reconhecida mundialmente pela seriedade com a qual desenvolve seu trabalho.

Amigas e amigos leitores, parece que a política nova, esperança do povo brasileiro, dá sinais de que continua velha, não é mesmo?

Siegmund Berger

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