Matou dois e está solto
Foto: Polícia Civil/Texto: Kennedy Lenk
Na última sexta-feira (26), um homem atropelou e matou uma diarista de 65 anos de idade num Bairro de São Paulo (SP) e fugiu sem prestar socorro. A polícia localizou o carro, o assassino, que é reincidente e o prendeu. Eu disse preso? Desculpe, ele foi conduzido no sábado à DEPOL da cidade, onde permaneceu até a última quarta-feira (31), enquanto a família da vítima “morria” junto com ela.
Em 2014, Fábio Alonso de Carvalho, atropelou e matou um motoboy que seguia para sua residência após o trabalho. O motorista parou o veículo, verificou o corpo na pista e fugiu em alta velocidade. O bom moço abandonou seu veículo de aproximadamente R$ 300.000,00 a quatro quadras do local. Esse caso só foi julgado em maio deste ano e teve uma pena alternativa. Fábio deveria ficar sem dirigir por 2 anos e 8 meses.
Então, se ele foi julgado em maio de 2018 e sua “pena” foi a perda do direito de dirigir por 2 anos e 8 meses, ele não deveria estar na direção de seu Porsch avaliado em R$ 300.000,00. Se o Fábio Alonso tivesse cumprido o que a justiça lhe recomendou, não teria matado mais um trabalhador. A pergunta: Fábio passou todo esse tempo, de maio até sexta-feira invisível ao volante?
Pasmem! Fábio atropelou a diarista na sexta-feira (26), fugiu e se apresentou com seu advogado no sábado. Na manhã desta quarta-feira (31), por meio de Habeas Corpus, o desembargador Reynaldo Cintra tirou o atropelador da cadeia com argumento de que ele tem endereço fixo e que não oferece risco à sociedade, aquela velha história que todos já conhecem.
Duas famílias perderam seus entes queridos por irresponsabilidade de um $$$$, que nos dois casos verificou suas vítimas e fugiu sem prestar socorro. A Justiça ainda pode pedir a prisão preventiva de Fábio e é o que as famílias esperam. O inquérito está apenas no início, mas é uma questão de humanidade, de respeito à vida.
