Julgamento do caso Claudiele Effgen é adiado em Marechal Floriano
Texto: Sidney Dalvi / Fotos: Sidney Dalvi e Divulgação / Vídeos: Sidney Dalvi – Montanhas Capixabas
Os familiares de Claudiele Effgen, que morreu atropelada por um carro em 2013, no centro de Marechal Floriano, estiveram no Fórum do município na manhã de ontem (18), às 9 horas, conforme estava agendado o julgamento da acusada do atropelamento. Porém, ao chegar ao local, a família de Claudiele obteve a informação de que tudo havia sido adiado.
O adiamento aconteceu devido a um pedido de desaforamento de julgamento, feito pelo advogado Nelson Moreira Júnior, que defende a acusada Silvana de Freitas Padilha Brito.
Um pedido de desaforamento de julgamento é feito quando há dúvida sobre a imparcialidade do júri, ou sobre a segurança pessoal do acusado. A família de Claudiele aguarda pelo julgamento de Silvana por quase sete anos. O júri popular deve acontecer em outro local, e não mais em Marechal Floriano.
A equipe de reportagem do Portal Montanhas Capixabas entrou em contato com o advogado de Silvana, que informou que o motivo desse pedido trata justamente da necessidade de se ter um julgamento justo e imparcial. “Durante o processo, várias reportagens foram feitas e o julgamento antecipado pela imprensa obrigou até o juiz a desentranhar do processo várias reportagens que incitavam o povo inclusive ao linchamento moral e pessoal da requerida”, informou Nelson Moreira Júnior.
Segundo o advogado, “um júri não pode ser realizado numa comarca onde a imprensa tenta condenar as pessoas antes do júri. Isso não é Justiça. Os jurados, sob juramento legal devem atentar-se para o conteúdo processual e não jornalístico. Assim, baseado no ato de imparcialidade praticado pela Justiça local, foi feito o pedido de desaforamento”, destacou o advogado.
Assista aqui com exclusividade os depoimentos das irmãs e do cunhado vítima, que emocionados, falaram sobre o desejo de justiça e sobre o adiamento do julgamento, o que segundo eles, só prolonga a dor que sentem pela perda de um ente querido:
O atropelamento
O incidente ocorreu em 2013, quando, segundo informações de testemunhas e da Polícia Militar (PM), Claudiele, 27 anos, seguia na lateral da rua Gustavo Hertel, na Sede de Marechal Floriano, quando a vítima foi atingida pelo Gol, placas (MTA-2749), dirigido por Silvana de Freitas Padilha Brito.
A condutora, à época, disse à PM e ao delegado que foi fechada por um caminhão e precisou jogar seu carro para a direita, atingindo Claudiele. Entretanto, ninguém confirmou a versão da motorista. Após o atropelamento, o Gol bateu em um poste e teve a dianteira amassada.
A vítima ainda chegou a ser atendida no Hospital Doutor Arthur Gerhardt, em Campinho, Sede de Domingos Martins, e em seguida foi encaminhada para o Hospital São Lucas, em Vitória. Segundo os parentes de Claudiele, ela passou por uma cirurgia, mas quatro dias após o ocorrido, ela veio a óbito.
De acordo com o delegado Walter Barcelos, que esteve à frente do inquérito, não havia mais dúvida de que se tratava de um homicídio e não de um atropelamento. “Não tenho dúvidas de que se trata de um homicídio doloso, quando há a intenção de matar”, contou o delegado naquela ocasião.
Quatro dias antes do atropelamento, a irmã de Claudiele, Claudimara Effgen, registrou uma denúncia na Polícia Civil de Marechal Floriano contra Silvana. No Boletim de Ocorrência (BO) consta que Silvana invadiu a casa da família de Claudiele acusando-a de ter um caso com seu marido.