quinta-feira, novembro 21, 2024
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Fake News: é falso que primeira-dama do ES se recuperou da Covid-19 com uso de hidroxicloroquina

Foto: Divulgação

Circula pelas redes sociais que a primeira-dama do estado do Espírito Santo, Maria Virgínia Casagrande, se recuperou da Covid-19 em quatro dias após ser tratada com “protocolo da Unimed”. Esse tal protocolo diria que casos da doença sem critério clínico de internação devem ser tratados com hidroxicloroquina e azitromicina. Por meio do ​projeto de verificação de notícias​, usuários do Facebook solicitaram que esse material fosse analisado pela Agência Lupa:

“Primeira-dama recebe alta após 4 dias em hospital. Terapia recomendada para residência se TC sugestiva de COVID sem critério clínico de internação: 1. Hidroxicloroquina (…) 2. Azitromicina ”
Imagem publicada no Facebook que, até o dia 04 de junho, tinha sido compartilhado por cerca de 260 pessoas.

A informação analisada pela Lupa é falsa. O Hospital Complexo Integrado de Ação em Saúde (CIAS), da Unimed Vitória, onde Maria Virgínia Casagrande foi internada com suspeita de coronavírus, não utiliza azitromicina e hidroxicloroquina como protocolo de tratamento para a doença. Em nota, a assessoria de imprensa da instituição disse que a “postagem é uma fake news” e que a instituição adota protocolos cientificamente comprovados, seguindo as determinações do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS). “A Unimed Vitória lamenta sobre esse tipo de montagem, que tem o objetivo de confundir a população e levar a interpretações equivocadas sobre um tratamento tão sério, como é o da Covid-19”, diz.

Uma reportagem que também é mencionada na publicação falsa não cita, em nenhum momento, o tipo de medicamento utilizado no tratamento. O protocolo de atendimento indicado na imagem tem o selo da Unimed Imperatriz, cooperativa de trabalho médico que administra hospital no município de Imperatriz, no Maranhão, a 2.600 quilômetros de distância do local onde Casagrande foi internada.

A Unimed do Brasil esclarece que, pelo princípio cooperativista, as unidades não possuem os mesmos protocolos. A autonomia também se estende aos médicos associados, que devem indicar procedimentos que sigam as diretrizes estabelecidas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pelos protocolos aprovados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

A assessoria de imprensa da Unimed Imperatriz informou que, de fato, estabeleceu em seu protocolo de atendimento a utilização de hidroxicloroquina e azitromicina, seguindo diretrizes similares emitidas pelo Conselho Regional de Medicina do Maranhão. A aplicação desses medicamentos só é feita após esclarecimento, por parte do médico, e emissão de termo de responsabilidade. Como informado acima, esse protocolo não se aplica a outras unidades.

Vale pontuar que o protocolo da Unimed Imperatriz fala em tratamento para pacientes com “TC [tomografia computadorizada] sugestiva de Covid” e “sem critério clínico de internação”. Ou seja, para pacientes com casos suspeitos da doença sem necessidade de hospitalização.

O caso da primeira-dama é o exato oposto: ela testou positivo para Covid-19, no dia 25, e foi hospitalizada no dia seguinte, após agravamento dos sintomas. Ela recebeu alta no dia 31, e, desde então, se recupera em casa. O governador, Renato Casagrande (PSB), também contraiu a doença, mas diz sentir apenas “sintomas leves”.

Fonte: Agência Lupa

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