quinta-feira, novembro 21, 2024
GERAL

Crise pode deixar lojas sem TVs, roupas, bebidas e alimentos

Produção de embalagens de papelão, material que está escasso e que, quando chegar, deve disparar de preço (Foto: Divulgação)

A falta de matérias-primas para a produção tem provocado uma crise para a indústria em todo o País. No Estado, o setor já vê como muito provável que lojas tenham problemas com a oferta de produtos como TVs, roupas, bebidas e alimentos.

De acordo com o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado (Findes), Fernando Otavio Campos, toda indústria vive uma “tempestade de problemas”, causada por uma série de fatores que inclui a alta do dólar e a paralisação durante a pandemia. Ele destacou ainda a situação da construção civil, com a falta de aço.

“Alguns produtos estão em falta crônica, como o aço. A construção não parou suas atividades e isso causou um problema com o estoque, porque no início da pandemia muitas produtoras de insumos pararam. Antes, o aço demorava 21 dias para ser entregue, mas agora há entregas só depois de 4 meses”.

Já o diretor do Sindicato da Indústria de Papel e Celulose do Estado (Sindipapel), Agostinho Rocha, destacou problemas com o papelão, matéria-prima para embalagens. De acordo com ele, o material, quando disponível, chega a estar 150% mais caro.

“As empresas menores do setor estão fechando, dada a situação problemática que vivemos. É uma situação que está afetando não só o papelão, mas também outras matérias-primas de embalagens de alimentos em geral”.

O diretor da Federação de Comércio do Estado (Fecomércio-ES), José Carlos Bergamin cita que, no caso do setor de vestuário, há problemas com o algodão e a malha. “O material está demorando cada vez mais para chegar. E no caso do algodão e da malha, são produtos mais procurados neste período, o que faz a escassez aumentar”.

O presidente da Fecomércio-ES, José Lino Sepulcri, crê que os problemas começarão a ser refletidos no comércio já nos próximos dias.

“Nós já estamos com esse problema de falta de insumos, e o agravamento vai refletir no comércio, pois somos dependentes da indústria. Quanto aos eletrônicos, já estamos com dificuldades por falta de reposição, causada por falta de matérias-primas”.

Previsão de novos aumentos
já na próxima semana

Com a escassez de produtos, a previsão do comércio é de que os preços para o consumidor aumentem já nos próximos dias.

O presidente da Fecomércio, José Lino Sepulcri, explica que a situação é consequência do encarecimento das matérias-primas.

“Tudo indica que haverá aumento de custo na produção de determinados produtos, o que no final quem paga é o consumidor. A tendência é as coisas piorarem”.

Dono de uma fábrica de tintas, José Carlos Zanotelli destaca que o setor também deve sofrer com aumento no preço dos produtos. “Com a solicitação antecipada de matéria-prima, há atrasos e encarecimento do produto final, principalmente da matéria importada. As embalagens também estão mais escassas, e por isso o preço acaba aumentando”.

O economista Ricardo Paixão explica que os preços aumentaram devido à alta exportação. “O dólar ficou mais caro e isso atraiu o produtor a desabastecer o mercado local”.


SAIBA MAIS
Falta de tintas e cosméticos


Insumos escassos

  • A indústria demonstrou preocupação com a escassez de matérias-primas como aço, algodão, papelão, entre outros itens.
  • A falta desses materiais ocorre devido à redução da produção dos fornecedores, além da alta do dólar, que causou uma onda de exportação dos insumos e desabasteceu o mercado local.

Produtos afetados

  • Serão afetados por essa crise produtos como roupas, alimentos, bebidas, tintas, cosméticos, materiais de construção, eletrônicos como televisores, e eletrodomésticos.
  • O problema afeta até mesmo caixões, já que a alta demanda por conta da pandemia faz os preços subirem e o material para produzi-los ficar escasso.

Produtos vão ficar mais caros

  • Devido à escassez, o preço das matérias-primas fica mais cara, o que aumenta o preço da produção. Consequentemente, os produtos citados ficam mais caros para o consumidor. Isso porque o aumento na produção acaba sendo repassado ao cliente.

 

Fonte: Especialistas citados na reportagem/Tribuna Online

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