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A Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), por meio da Delegacia Especializada de Investigações Criminais (DEIC) de Aracruz e da Delegacia de João Neiva, prendeu, no dia 16 de junho, em Aracruz, três homens suspeitos de formar uma associação criminosa interestadual especializada em golpes de promessa de cura espiritual, por meio da fé.
As investigações da polícia tiveram início no dia 31 de maio deste ano, após um caso suspeito ter ocorrido no munícipio de João Neiva. Uma senhora caiu em um golpe, sofrendo um prejuízo de R$ 2,1 mil. Pelas apurações, em seis meses, o grupo praticou 16 crimes apenas no Estado do Espírito Santo e também agia nos estados do Rio de Janeiro, Bahia e Minas Gerais.
Segundo o titular da Delegacia Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Aracruz, delegado Leandro Sperandio, os envolvidos no crime alugavam quartos em pousadas e hotéis no munícipio da Serra, por conta da localidade estratégica. Os criminosos iam para o interior do Estado realizar os golpes e, em seguida, deixavam a cidade escolhida para despistar a polícia.
Segundo o delegado, os suspeitos se reuniam em um carro prata e se deslocavam para definir a próxima vítima. O grupo costumava escolher vítimas idosas ou com alguma comorbidade. Dois deles se aproximavam com intimidade, criando um diálogo como se conhecessem a vítima. Até que os criminosos introduziam na conversa uma falsa doença que estavam enfrentando.
“A vítima, por sua vez, acabava revelando que também estava adoentada. Porém, o criminoso dizia que já estava se tratando por meio de uma cura espiritual, pois conhecia um curandeiro que estava rezando por ele. Os envolvidos então diziam que o curandeiro estava próximo do local e levavam a vítima até o carro”, disse Sperandio.
O delegado ressaltou que, dentro do carro, ficava o terceiro criminoso, que se passaria pelo suposto curandeiro. No veículo, a vítima já estaria rendida pelas mentiras. “O falso curandeiro pedia uma nota de dinheiro simbólica, cerca de R$ 2 a 5 reais. A cédula serviria como uma representação da saúde e patrimônio da vítima. O curandeiro pedia para que a vítima assoprasse a nota e, nesse momento, o criminoso passava uma tinta vermelha na cédula e dizia que era o sangue saído da vítima. Um mau sinal. Para se livrar disso, a vítima teria que sacar todo o seu dinheiro para ser abençoado pelo curandeiro”, detalhou o delegado.
No momento da reza, completou Leandro Sperandio, o criminoso trocava os envelopes, ficando com o dinheiro e entregando para vítima um envelope com bilhetes de loteria em branco. De acordo com as investigações, o grupo criminoso arrecadava de R$ 2 mil a R$ 3 mil por golpe, que era aplicado de forma rápida, em questão de cinco minutos.
A primeira abordagem do grupo ocorreu no dia 07 de junho, no munícipio de Itapemirim. Nessa data, a polícia realizou apenas uma verificação e validação dos envolvidos nos crimes. Já no dia 16 de junho, eles foram presos e o carro usado nos golpes apreendido. No veículo, foram encontrados bilhetes em branco de loteria, além de envelopes para guardar o dinheiro e uma imagem sacra, que era usada no carro para enganar as vítimas.
O titular da Deic de Aracruz informa que os três envolvidos já tinham passagem por estelionato e tiveram mandado de prisão preventiva solicitado. Eles foram autuados por estelionatário majorado e associação criminosa e, na sequência, encaminhados ao Centro de Detenção Provisória (CDP) de Aracruz, onde estão à disposição da Justiça.
Beatriz Paoliello, Estagiária – Seção de Imprensa e Comunicação Interna (Sicoi).