Aumento de casos de dengue de forma atípica para o período, coloca Afonso Cláudio em estado de atenção

O aumento no número de casos de dengue, atípico para o período, colocou Afonso Cláudio em Estado de Alerta nos últimos dias. Segundo informações da Coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Afonso Cláudio, enfermeira Rejane Reblin de Souza Carvalho, dados do Painel Estadual da Vigilância da Dengue, divulgados na manhã desta quarta-feira, 10 de janeiro, apontam que, houve uma epidemia no ano de 2023 com um total de 2.645 casos notificados para dengue, sendo já confirmados 1.657 casos positivos e 03 óbitos, sendo que somente no mês de dezembro de 2023, o município teve 257 notificações de suspeita de dengue, onde 87 casos já foram confirmados e ainda mantendo em crescimento na primeira semana de 2024.

2023 foi um ano de padrão muito alto comparado com um histórico de casos de dengue dos anos anteriores em que a curva de casos estava em declínio por 02 anos consecutivos. Antes de 2023, a última epidemia registrada foi no ano de 2019, com 1.445 casos notificados e 1.212 confirmados para dengue, sem registro de óbitos. Em 2022 foram 58 casos notificados e 06 confirmados e 2021 foram 95 casos notificados e 12 confirmados.

Os dados do 1º Boletim Epidemiológico de 2024 também preocupam, já que de 31 de dezembro de 2023 a 06 de janeiro de 2024, o município registrou 116 notificações e 22 casos confirmados de dengue, 07 notificações e 2 casos descartados de chikungunya e 2 notificações de suspeita de zika vírus. A situação mais perigosa da zika é em gestantes. Este vírus pode gerar complicações neurológicas no feto, como a microcefalia, que é uma malformação congênita em que o cérebro do bebê não se desenvolve de maneira adequada.

Quando o assunto é tratamento, os munícipes contam com as Unidades Básicas de Saúde da sede e do interior. A Unidade de Saúde Hilton Lopes Vieira, no centro, é adepta ao programa Saúde na Hora e oferece serviços de Atenção Primária à Saúde para a população em horário estendido, das 7h às 19h. Os pacientes com quadro suspeito de dengue, chikungunya e zika vírus contam com atendimentos por parte de enfermeiros, médicos, oferta de exames e orientações que hoje decorrente a situação ampliou seu atendimento.

Além disso, o Hospital São Vicente de Paulo, no centro, também está preparado para atender casos complexos.

Ações estão sendo realizadas para conter o avanço da dengue em Afonso Cláudio, a Secretaria Municipal de Saúde, juntamente com a Vigilância em Saúde, Ambiental e Epidemiológica, tem intensificado ações como visitas frequentes às residências, onde 80% dos focos se encontram, mutirões, bloqueio, notificações de proprietários de terrenos baldios com apoio do Setor de Fiscalização, além da conscientização da população com informações divulgadas pelos canais oficiais da prefeitura (site e redes sociais).

Somente na manhã desta segunda-feira (08), em uma ação pente fino em residências do bairro da Grama, os agentes de combate a endemias recolheram um número assustador de larvas do Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e zika vírus. O ciclo do mosquito começa na água parada, onde passa de ovo para larva e, depois, pupa. Em seguida, transforma-se em mosquito e parte para a vida terrestre, fase em que está pronto para se reproduzir.

Em média, cada mosquito vive em torno de 30 dias e a fêmea chega a colocar entre 150 e 200 ovos. Se forem postos por uma fêmea contaminada pelo vírus da dengue, ao completarem seu ciclo evolutivo, transmitirão a doença.

Em 2023, o município realizou treinamentos e capacitações contínuas com os Agentes Comunitários de Saúde, Agente de Combate a Endemias e com servidores das Secretarias de Obras e Serviços Urbanos, além de diversas palestras em escolas da rede municipal e estadual.

Carro Fumacê

Outra estratégia para o combate ao Aedes aegypti é a aplicação do inseticida através do carro fumacê. Mas o que muita gente não sabe, é que seu uso deve seguir restrições e determinações técnicas, não podendo ser aplicado sem que essas notas e restrições sejam seguidas. O fumacê é aplicado quando é registrado um aumento expressivo no número de casos, última alternativa para o controle da proliferação da população adulta de mosquitos. O ideal neste momento é a redução dos criadouros, não deixando água parada e eliminando os criadouros existentes.

Na noite desta quarta-feira (10), o carro fumacê esteve aplicando o inseticida no bairro da Grama. Segundo a coordenadora da Vigilância Ambiental, Monalisa da Silva Berger, o produto ainda não havia sido aplicado em razão das condições climáticas que não estavam farováveis.

“Estamos em um período de chuva e com ventos muito fortes. Nessas condições, o inseticida do ‘carro fumacê’ acaba não tendo fixação no ambiente. Além disso, esse é um mecanismo que só pode ser usado em casos de epidemia e no bairro em que existe grande infestação de mosquitos, sempre no início da manhã ou fim de tarde. Mas somente a passagem dele não basta. É necessária a limpeza dos terrenos e áreas com possíveis focos de dengue. Todas estas recomendações são de caráter nacional. Além disso o que também vem dificultando o trabalho no controle do mosquito é a recusa em receber o agente de endemias no dia a dia e a falta de conscientização de moradores com acúmulo de materiais em desuso reincidentes”, disse a coordenadora.

Prevenção

A melhor forma de prevenção da dengue é evitar a proliferação do mosquito Aedes Aegypti, eliminando água armazenada que podem se tornar possíveis criadouros, como em vasos de plantas, galões de água, pneus, garrafas plásticas, piscinas sem uso e sem manutenção, e até mesmo em recipientes pequenos, como tampas de garrafas.

Roupas que minimizem a exposição da pele durante o dia – quando os mosquitos são mais ativos – proporcionam alguma proteção às picadas e podem ser uma das medidas adotadas, principalmente durante surtos. Repelentes e inseticidas também podem ser usados, seguindo as instruções do rótulo. Mosquiteiros proporcionam boa proteção para aqueles que dormem durante o dia, como bebês, pessoas acamadas e trabalhadores noturnos.

Vamos fazer bonito e acabar com o mosquito

• Não deixe água parada, destruindo os locais onde o mosquito nasce e se desenvolve, evita sua procriação;
• Deixe sempre bem tampados e lave com bucha e sabão as paredes internas de caixas d’água, poços, cacimbas, tambores de água ou tonéis, cisternas, jarras e filtros;
• Não deixe acumular água em pratos de vasos de plantas e xaxins. Coloque areia fina até a borda do pratinho;
• Plantas que possam acumular água devem ser tratadas com água sanitária na proporção de uma colher de sopa para um litro de água, regando no mínimo, duas vezes por semana. Tire sempre a água acumulada nas folhas;
• Não junte vasilhas e utensílios que possam acumular água (tampinha de garrafa, casca de ovo, latinha, saquinho plástico de cigarro, embalagem plástica e de vidro, copo descartável etc.) e guarde garrafas vazias de cabeça para baixo;
• Deixe a tampa do vaso sanitário sempre fechada. Em banheiros pouco usados, dê descarga pelo menos uma vez por semana;
• Retire sempre a água acumulada da bandeja externa da geladeira e lave com água e sabão;
• Sempre que for trocar o garrafão de água mineral, lave bem o suporte no qual a água fica acumulada;
• Mantenha sempre limpo: lagos, cascatas e espelhos d’água decorativos. Crie peixes nesses locais, eles se alimentam das larvas dos mosquitos;
• Lave e troque a água dos bebedouros de aves e animais no mínimo uma vez por semana;
• Limpe frequentemente as calhas e a laje das casas, coloque areia nos cacos de vidro no muro que possam acumular água;
• Mantenha a água da piscina sempre tratada com cloro e limpe-a uma vez por semana. Se não for usá-la, evite cobrir com lonas ou plásticos;
• Mantenha o quintal limpo, recolhendo o lixo e detritos em volta das casas, limpando os latões e mantendo as lixeiras tampadas. Não jogue lixo em terrenos baldios, construções e praças;
• Permita sempre o acesso do agente de combate a endemias em sua residência ou estabelecimento comercial.

 

Informações: Prefeitura Municipal de Afonso Cláudio