quinta-feira, novembro 14, 2024
POLÍCIA

Pais que mantinham filhos em cárcere privado em Santa Teresa são indiciados

Crianças foram resgatadas pela Polícia Civil no dia 17 de maio

Foto: Reprodução / TV Tribuna

Após três crianças serem resgatadas pela Polícia Civil, vivendo em cárcere privado na localidade de Vale das Bênçãos, na zona rural de Santa Teresa, região serrana do Espírito Santo, os pais foram indiciados e o inquérito será encaminhado ao Ministério Público. As informações são do Tribuna Notícias.

De acordo com a apuração da TV Tribuna, os pais foram indiciados pelos crimes de cárcere privado, abandono intelectual e maus tratos, já que os filhos estavam sem estudar e sem ir ao médico desde que chegaram ao Espírito Santo, no ano de 2019. As três crianças foram resgatadas no dia 17 de maio deste ano, após denúncias de vizinhos.

Segundo informações, a mãe não permitia que os filhos saíssem de casa e trancava as crianças no local para ir trabalhar. As crianças foram encontradas em condições semelhantes às de cativeiro. Na ocasião, a mãe foi conduzida à Delegacia Regional de Santa Teresa e autuada em flagrante por cárcere privado e maus-tratos, mas foi liberada na audiência de custódia sob a condição de cumprir medidas cautelares.

As crianças foram acolhidas pelo Conselho Tutelar e levadas para um abrigo. Elas permanecem sob os cuidados do Estado e já voltaram a estudar.

Ainda segundo informações do Tribuna Notícias, a família teria vindo do Rio de Janeiro para o Espírito Santo fugindo do ex-marido da mulher, pai da criança mais velha e acusado de abusar sexualmente da menina, que hoje tem 13 anos. De acordo com informações, após denunciar o ex, a mulher começou a ser ameaçada por ele e pela família dele, motivo pelo qual veio para o Espírito Santo com o atual marido e os outros dois filhos.

Após chegar ao Espírito Santo, a família teria morado em Guarapari, depois em Domingos Martins e finalmente em Santa Teresa. O atual marido e pai das crianças mais novas é funcionário público no Rio de Janeiro e aproveitou a época da pandemia para trabalhar de home office morando no Espírito Santo.

A reportagem apurou que a mãe teria entrado em depressão, o que poderia explicar a situação em que a casa foi encontrada. Também há informações de que o casal seria adepto de uma religião que acredita que o fim do mundo está próximo, o que justificaria a grande quantidade de comida estocada na casa.

Segundo informações, o casal havia comprado móveis e colchões novos, mas mantinham esses objetos em cômodos da casa que não eram acessíveis à criança, que dormiam em colchões no chão, fato que também configura os maus tratos.

 

Informações Tribuna Online

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