Investigação conclui que não houve ataque ao prefeito de Afonso Cláudio
Kennedy Lenk/Foto montagem DiarioES
85 dias se passaram depois do suposto ataque a tiros contra o prefeito Luciano Roncetti Pimenta (PP). As ocorrências registradas pelas polícias civil e militar ganharam ainda mais repercussão depois de noticiado pelo portal DiarioES e pelo programa policial da Mais FM de Afonso Cláudio.
No dia seguinte ao fato, as cobranças por justiça ecoavam por todos os cantos do município da biodiversidade. A pergunta era sempre a mesma: “quem seriam os atiradores e por qual motivo queriam eliminar o chefe do executivo, Luciano Pimenta?” Cinco disparos deixaram 03 perfurações no para-brisa e 02 no vidro traseiro. A perícia feita no veículo no mesmo dia não mostrou perfurações em nenhum outro ponto do veículo.
Informações passadas pelo delegado Julio César Cortina, durante entrevista ao programa policial na rádio Mais FM, um mês após o suposto atentado, o povo deixou as conjecturas de lado e passaram a acreditar mais na possibilidade de simulação (falta de correspondência com a verdade; fingimento; disfarce e dissimulação). O delegado adiantou na entrevista que todos os disparos foram efetuados de dentro para fora do veículo.
O DiarioES teve acesso ao resultado do inquérito, entretanto, a confirmação em documento está nas mão do advogado do vereador Hernandez Vitorasse, mencionado pelo prefeito Luciano Pimenta em boletim de ocorrência, que o político poderia ser um dos suspeitos de envolvimento no ataque.
Depois de criadas expectativas, orações pela saúde do prefeito, comentários sobre crimes de mando, indiretas para o grupo opositor da última eleição, a verdade veio à tona na manhã desta quinta-feira (16), quanto o programa recebeu o vereador. Durante a entrevista, Vitorasse se mostrou um pouco aliviado enquanto anunciava o arquivamento do processo policial.
“Tenho aqui o número do laudo, cujo documento com a decisão de arquivamento está com meu advogado. A polícia concluiu que não houve ataque ao chefe do executivo. O Ministério Público decidiu pelo arquivamento do inquérito policial, da falsa comunicação de tentativa de homicídio alegada pelo prefeito”, disse Vitorasse, que completou: “Estou providenciando todos os documentos com as acusações e em breve abriremos uma ação contra o prefeito. Foi muito grave, mas acredito que a justiça será feita. A população pede e merece um governo sério e transparente “, concluiu o vereador em uma parte da entrevista.
Segundo Hernandez Vitorasse, o laudo aponta que todos os disparos foram efetuados de dentro para do fora do veículo, diferente do relato do prefeito, Luciano Pimenta, registrado em Boletim de Ocorrência. O chefe do executiva declarou que o garupa da motocicleta efetuou todos os disparos que atingiram seu veículo, um Fiat Uno.
Outra contradição, de acordo com Vitorasse, relatada na decisão do Ministério Público, é que o prefeito portava uma arma .40, mas no local, as polícias militar e civil localizaram munições de 04 armas distintas. Segundo o vereador, a perícia científica entendeu como impossível apenas uma pessoa na garupa de uma motocicleta disparar com quatro armas. No local, entre as cápsulas, uma apresentava teias de aranha em seu interior.
À época, o caso foi difundido e deixou a população indignada e convicta de que realmente o prefeito teria sofrido um atentado. Autoridades políticas do Estado, incluindo o governador Renato Casagrande manifestaram repúdio ao ato criminoso.