Morre o fotógrafo Sebastião Salgado aos 81 anos e governador decreta luto oficial de 3 dias
O Instituto Terra confirmou hoje, a morte de seu fundador, Sebastião Salgado, aos 81 anos. Considerado um dos maiores fotógrafos do mundo, ele enfrentava problemas de saúde que eram consequências ainda de uma doença contraída na Indonésia no ano de 1990, a malária. De acordo com informações de pessoas próximas do fotógrafo, os medicamentos que usava, já não faziam mais efeito.
Em nota publicada nas redes sociais, o Instituto Terra escreveu:
“Com imenso pesar, comunicamos o falecimento de Sebastião Salgado, nosso fundador, mestre e eterno inspirador.
Sebastião foi muito mais do que um dos maiores fotógrafos de nosso tempo. Ao lado de sua companheira de vida, Lélia Deluiz Wanick Salgado, semeou esperança onde havia devastação e fez florescer a ideia de que a restauração ambiental é também um gesto profundo de amor pela humanidade. Sua lente revelou o mundo e suas contradições; sua vida, o poder da ação transformadora.
Neste momento de luto, expressamos nossa solidariedade a Lélia, a seus filhos Juliano e Rodrigo, seus netos Flávio e Nara, e a todos os familiares e amigos que compartilham conosco a dor dessa perda imensa.
Seguiremos honrando seu legado, cultivando a terra, a justiça e a beleza que ele tanto acreditou ser possível restaurar”.
Sebastião Salgado nasceu em 1944, em Aimorés/MG. Formou-se um Economia, mas sua paixão sempre foi a fotografia. Um dos seus mais importantes trabalhos, nominado “trabalhadores”, o fez ser reconhecido mundialmente no ano de 1980, quando fez uma série de fotografias em preto e branco que mostrava o maior garimpo a céu aberto do mundo, a busca pelo ouro em Serra Pelada, no Pará.
O fotógrafo mineiro retratava a alma humana e do planeta em preto e branco. Percorreu mais de 120 países captando desde momentos históricos a gente simples, as maiores belezas da natureza e também sua degradação. Um desses trabalhos ele chamou de “Êxodos”, onde mostrava povos migrantes pelo mundo.
Já na pequena cidade de Aimorés/MG, sua terra natal, fica o Instituto Terra, fruto da iniciativa do casal, Lélia Deluiz Wanick Salgado e Sebastião Salgado. A antiga fazenda de gado, antes completamente degradada, hoje abriga uma floresta rica em diversidade de espécies da flora de Mata Atlântica. A experiência comprova que junto a recuperação do verde, nascentes voltam a jorrar e espécies da fauna brasileira, em risco de extinção, voltam a ter um refúgio seguro.
O governador do Estado, Renato Casagrande, também lamentou a morte do fotógrafo e decretou luto oficial de três dias. “Recebi com muita tristeza a notícia da morte de Sebastião Salgado, um gênio da fotografia e da luta socioambiental. Sua lente expôs ao mundo a dignidade humana e a urgência de preservar o planeta. Seu legado se eterniza no Instituto Terra. Em sua homenagem, decretarei luto oficial de 3 dias. Minha solidariedade aos seus familiares e amigos”, escreveu Casagrande.
Salgado morava em Paris, na França e estava aposentado desde 2024.