sexta-feira, julho 11, 2025
DESTAQUEPOLÍCIA

Empresária de Marechal Floriano tem caminhão incendiado e sofre agressões em protesto

Texto: Redação Negócio Rural

Uma empresária de Marechal Floriano, na Região Serrana do Espírito Santo, viveu momentos de terror, na última segunda-feira (7), após ter o caminhão que dirigia destruído e incendiado durante um protesto de indígenas na BR-101, em Itamaraju, no extremo sul da Bahia.

A manifestação foi após a Força Nacional entrar na Aldeia de Barra Velha, e prender indígenas pataxós, incluindo a principal liderança, Wellington Braz, conhecido como Cacique Suruí.

Elaine Tschaen, de 40 anos, voltava de uma entrega em Eunápolis e foi surpreendida ao tentar atravessar o bloqueio na rodovia. Segundo ela, havia visto um veículo sendo liberado e acreditou que o protesto havia terminado. No entanto, ao avançar com o caminhão, foi cercada por dezenas de indígenas armados com lanças, pedaços de pau e flechas.

“Foi aterrorizante. Eles começaram a me cercar, ameaçando com lanças. Pularam de um lado e de outro, quebraram o para-brisa e me puxaram para fora. Eu estava em choque, implorando para me deixarem viva. Um deles chegou a lançar uma flecha dentro da cabine, que por pouco não me acertou. Foi desesperador, um sentimento de impotência total”, contou a empresária, ainda muito abalada. Assista abaixo a um vídeo que mostra o momento do ataque ao caminhão.

VÍDEO – Após a abordagem violenta, Elaine foi retirada do veículo, agredida fisicamente e psicologicamente, teve os cabelos puxados com força e o rosto marcado com urucum. Ela foi obrigada a gravar um vídeo afirmando que não havia sido agredida e que teria tentado atropelar os manifestantes, algo que ela nega veementemente.

“Naquele momento, eu só pensava nos meus filhos. Fiz o vídeo porque estava certa de que seria morta. Eles queriam uma gravação para se proteger, para dizer que eu os ataquei, mas isso nunca aconteceu. Eu só queria sair dali com vida”, conta.

Segundo relato da vítima, cerca de 300 pessoas participavam da manifestação. A Polícia Rodoviária Federal informou que não conseguiu chegar ao local do ataque por causa do bloqueio montado na estrada. A empresária foi escoltada até a delegacia de Itamaraju, onde prestou depoimento.

Além das agressões, ela teve dois celulares levados, um deles quebrado pelos manifestantes, e a empresária calcula um prejuízo estimado em mais de R$ 210 mil com a destruição do caminhão, que não tinha cobertura de seguro fora do Espírito Santo. O veículo já estava vazio, pois a carga havia sido descarregada pela manhã.

O impacto psicológico do episódio foi devastador. A empresária revela que comprou uma peruca ainda na Bahia para esconder as falhas no couro cabeludo, causadas pela violência sofrida. “Tive vergonha de andar na rua, toda pintada de urucum. Ainda não sei como seguir em frente”, relata.

Ela teme não conseguir manter o comércio que administra em Marechal Floriano, diante do trauma e da perda material. “Não sou caminhoneira, sou comerciante. Faço as entregas com meu esposo, mas nesse dia ele não pôde ir. Agora eu penso em parar. Estou endividada, com funcionários que dependem de mim, mas não sei como continuar. Estou muito abalada”, conta Elaine.

A rodovia BR-101 foi liberada após mais de 35 horas de bloqueio na tarde de terça-feira (8). A Polícia Federal e outros órgãos de segurança acompanharam a situação, que gerou revolta nas redes sociais e pedidos de apuração rigorosa dos fatos.

A empresária agora tenta reconstruir não apenas os bens materiais, mas também sua saúde emocional. “É um trauma que eu não sei se um dia vou conseguir esquecer”, conclui.

Fonte: Revista Negócio Rural

 

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