sexta-feira, novembro 22, 2024
SAÚDE

Bicuíba, árvore comum em Afonso Cláudio tem substância poderosa no combate a homorragia, infecções e prevenção de doenças cardiovasculares

Texto: Kennedy Lenk/Foto: Kennedy Lenk

Foi no sítio do senhor Antônio Fernandes Côco, no Distrito de Rio da Cobra, em Afonso Cláudio, região Serrana do estado, que o Diário ES conheceu a “Virola Oleifera”, popularmente conhecida como Bicuíba, uma planta que despertou interesse de cientistas de parte do mundo, a partir de estudos iniciados na Universidade de Vila Velha (UVV).

A planta começou a ser estudada em 2011, pelo então aluno de Farmácia da Universidade de Vila Velha, Fábio Côco, após ouvir de familiares que a substância extraída da bicuíba havia curado uma forte hemorragia de seu pai, por conta de extrações de dentes. Foi então, que Fábio resolveu se aprofundar no assunto, levando a planta para seu trabalho de conclusão do curso, o TCC. O “sangue da bicuiba” como era chamado pelo avô de Fábio, despertou a curiosidade de toda população da região do Distrito e também despertou o interesse de pesquisadores.

Na época Fábio contou que sua professora, Denise, que é formada em Botânica, o ajudou no desenvolvimento do estudo. “Eu procurei a professora e passei toda a experiência contada pelo meu pai sobre a planta. Cataloguei meu estudo no orquidário da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Foi uma ponte para início de pesquisas dentro da UVV com alunos do curso de farmácia, com apoio do professor Thiago Melo, do Laboratório de Fisiologia Translacional da UVV”, contou Fábio.

Resultados publicados em revista suíça

Os resultados do estudo da bicuíba foram publicados na revista suíça “Antioxidants”, uma das mais importantes do ramo, em agosto deste ano. Mais de 15 cientistas da Universidade de Vila Velha (UVV), da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) e da Universidade de Santiago de Compostela participaram da análise das amostras.

Além dos benefícios cicatrizantes, comprovados por pesquisadores da Espanha, a planta tem importantes benefícios para a prevenção de doenças cardiovasculares.

Após as análises, ficou constatado que a resina tem um potencial cerca de 30% maior para a cicatrização das feridas. Em imagens cedidas à imprensa, é possível ver que os machucados tratados com a pomada hospitalar (coluna FC) curam de forma mais lenta do que quando utilizado o material feito à base de bicuíba (colunas VO e VO+Veg). O período de evolução investigado foi de dez dias.

Ainda de acordo com os estudos, a resina também pode ser benéfica contra lesões hepáticas provocadas pelo Paracetamol, um dos analgésicos mais utilizados no Brasil.

Clique aqui, e assista ao vídeo gravado pela equipe do DiarioES, com a família Côco, em 2017.

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