VÍDEO: Moradores dividem espaço com moscas em comunidade rural de Santa Maria de Jetibá
Kennedy Lenk
Alguns moradores da Comunidade de Rio Plantoja, zona rural de Santa Maria de Jetibá, estão passando por uma situação crítica. Trata-se de milhões de moscas atraídas por granjas da região e que estão deixando os moradores desesperados. Idosos, inclusive um deles com mal de Alzheimer e crianças de colo, essas são as maiores vítimas dos insetos. A qualquer hora do dia e da noite as moscas incomodam as famílias que residem no entorno e próximo às granjas.
A equipe do DiárioES acompanhou parte do problema e verificou que durante uma festa de aniversário, os anfitriões passaram por constrangimentos. Os convidados não se sentiram confortáveis no momento em que foi servido as iguarias feitas com muito capricho e asseio. O bolo foi coberto por moscas, bem como os docinhos, refrigerantes e tudo mais que estava sendo servido.
Um dos moradores da região sofre com mal de Alzheimer e precisa quase sempre estar acompanhado, isso porque, é grande o risco de picadas e de uma eventual contaminação por ingestão dos insetos. Da mesma forma existe a preocupação com os bebês. Uma mãe contou que mantém sua filha pequena sempre no colo, já que a enorme quantidade de insetos pode trazer danos à saúde da criança.
Durante a estada do DiárioES na região, moradores contaram que a fiscalização já esteve na empresa, aplicou multas, mas não retornou para identificar os culpados e oferecer denúncia à Secretaria de Saúde, já que a empresa não tomou nenhuma providência para resolver o problema. Moradores contam ainda que o problema não é simples de se resolver, mas a população deveria ter seus direitos respeitados.
“Vivemos como se estivéssemos numa prisão. Para evitar que nossa casa seja tomada pelos insetos, mantemos fechadas as portas e janelas, mas mesmo assim, sempre temos a presença deles nos alimentos e em todos os cômodos da casa. A fiscalização esteve aqui na granja há anos atrás, eles emitiram multa, mas nada foi resolvido”. Relatou um morador, que preferiu não se identificar.
A Ouvidoria Municipal foi comunicada, mas a resposta para as “vítimas” é de que tudo está normal na empresa. “É difícil um embate contra quem tem dinheiro, infelizmente a política tem culpa. Se tudo está certo, gostaria da resposta deles para minha pergunta: de onde vêm essas moscas, esse cheiro terrível de esterco, a fumaça densa durante o dia com odor forte, a cor escura e nojenta do nosso rio corrente?”, Esse foi o questionamento de outra moradora.
A reclamante disse que não suporta tanto descaso com os moradores. “Estamos tristes, desapontados e cansados de pedir ajuda. Gostaríamos de uma resposta dos órgãos competentes, especialmente da prefeitura. Não queremos acreditar que as granjas e seus donos tenham mais valor do que os moradores. Moscas podem causar doenças e ninguém melhor do que a Secretaria de Saúde para tomar as providências junto com os poderes executivo e legislativo”. Concluiu a dona de casa.
